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Entre as Minas Gerais: A parceria que você respeita

Aquele foi o primeiro encontro do Grupo Entrelinhas com a comunidade que escolheram para seu trabalho da faculdade. A comunidade, que é composta por um coletivo de cantoras de rap (Das Minas Gerais – DMG), despertou o interesse no grupo pela forte presença da importância social: mulheres da periferia, em sua maioria negras, que cantam rap, um estilo considerado pertencente aos marginalizados da sociedade. A partir dali observaram que os estereótipos mais uma vez estavam errados: não é porque as letras de rap geralmente são agressivas que assim também o são seus cantores.

A líder do DMG, Andrea Felix, recebeu o grupo muito bem. Naquele momento, os alunos não passavam de inexperientes assustados, que mal se conheciam, mas estavam ali “na cara e na coragem” para cumprir com seu objetivo: quebrar a representação construída acerca daquele grupo e, se possível, acerca do rap. O apelido “EntreLinhas” foi dado aos estudantes pelo próprio coletivo que, em um dos encontros, percebeu que não havia uma forma direta de se referir a eles. A cada encontro a turma ia ficando cada vez mais animada com as possibilidades e os resultados, as histórias a serem contadas se acumulando na memória e o relacionamento com o coletivo melhorando sempre.

O objetivo era tratar dos conceitos: identidade (de cada uma e do coletivo, no geral), gênero (mulheres em um ambiente majoritariamente masculino), cultura (Hip Hop e Rap, especificamente) e sociabilidade (a forma que aquelas mulheres relacionavam entre si). Cada conceito foi alcançado e trabalhado com sucesso, o EntreLinhas aprendendo cada dia mais. Acompanharam shows, ensaios, uma seletiva para a entrada da nona integrante, gravações de vídeo e música e batalhas de rima. Acompanhando um pouco da trajetória do DMG, foram percebidas na prática as barreiras até então apenas comentadas. Com suas letras de protesto e feminismo, o coletivo informou e reforçou que elas incomodam muitas pessoas justamente por cantarem suas ideologias. Tendo em vista o posicionamento do coletivo DMG frente às questões sociais vigentes, o grupo formado pelos alunos de Jornalismo, achou viável discutir e expor à comunidade a visibilidade que lhes foi palpável, para que assim elas pudessem repercutir seus ideais de resistência e conduta para o maior número de pessoas, oriundas ou não, da cultura Hip-Hop.


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